No começo dos anos 1990, no auge dos meus 10 ou 11 anos de
idade, houve uma apresentação "poética" de final de ano na escola em
que eu estudava, o nosso saudoso EPA, um verdadeiro sarau. O esque-
ma foi o seguinte: cada grupo de alunos/alunas, de 3 ou 4, representava
uma profissão e, durante o espetáculo, declamava um poema, em forma
de quadra ou trova, que discorria exatamente sobre aquela profissão
escolhida. Todos os poemas foram preparados especialmente para o
show e escritos pelo meu avô Betão, ou Professor Roberto Francisco,
como era conhecido no colégio que dirigia. A trinca dos "cantores" foi,
de imediato, formada por mim, João Leão e Felipe Gelli, grandes amigos
na ocasião. Trajados de astros da música, durante o nosso número, en-
toamos o coro: "A voz é o meu instrumento/ para exercer o meu oficio/
e canto, a cada momento/ no prazer ou sacrifício". Foi demais! Inesque-
cível! Poesia escrita e poesia falada, de público. Com o passar dos anos,
fui percebendo que essa dupla infalível, das poesias e declamações, foi
sendo vivenciada por mim, frequentemente, em todo e qualquer tipo de
cerimônia que eu participava, nas formaturas, festas de final de ano, nos
casamentos, aniversários, nas feiras escolares, apresentações diversas;
havia uma unidade poética entre os ambientes escolar e familiar. Bingo!
Essa fusão de escrita e fala, através da poesia, me pegou de jeito. Mais
recentemente, depois que o vovô se foi, coube a mim a missão de pro-
pagar OS nossos escritos, as nossas poesias, a história da arte poética
de nossa Família, e da poesia como um todo, através dos tempos e e das
gerações. Por isso, o convite duplo para apreciação deste livro, Amores
sem Medidas, e de diversas declamações de poemas contidos nesta
obra- que estão publicadas no Spotify, e em outras plataformas digi-
tais. Acessem o QR CODE no livro e aproveitem.
Obrigado e abraços, Thiago
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